Conversando com o paciente (III)

“Estou com muita dor hoje, não conseguirei ir”

Quem trabalha com promoção e/ou recuperação da saúde, vez por outra recebe essa mensagem ou ligação. Naturalmente, é direito de cada um estar presente ou ausente e, de alguma forma, é importante que seja respeitado. Afinal, já diz o velho ditado: “quando um não quer, dois não brigam”.

Apesar disso, salvo algumas exceções, surge a seguinte indagação: por que será que há movimento, mesmo com muita dor e limitação, para algumas coisas e não para outras? O que pode ser mais importante que a mente e o corpo que a biologia lhe oferece para ir e vir?

Dor?! Parece contraditório, mas quando senti-la, sinta gratidão. Culturalmente fomos educados a entender a dor como algo ruim, perverso e negativo. É verdade que a dor muda o nosso padrão. Ela nos cria lentidão, nos trava, nos coloca em posição fixa de defesa. Porém, o que será que ela está nos sugerindo com esse freio “do bem”? Talvez o grande recado que ela queira dar seja: você precisa de alguma mudança (inércia não, dinâmica!).

Se não pareceu sensato, vamos a dados importantes:

– “46% dos brasileiros são sedentários” (IBGE, 2014);

– Em 2011, segundo relatório da ONU sobre drogas legais, o Brasil foi o país que mais consumiu analgésicos na América do Sul (naquela época, pouco mais de 940 mil pessoas);

– Dados do Ministério da Previdência Social levantados de 2000 a 2011 sugerem que “doenças motivadas por fatores de riscos ergonômicos e a sobrecarga mental têm superado os traumáticos” e apontam “dor lombar” (2º lugar), “dor nas costas”(3º lugar) e “transtorno de discos intervertebrais”(4º lugar).

Esses dados indicam que algo precisa ser feito (por nós).

A parte boa da história é que o nosso corpo é sábio e, quando exposto à atividade física, ele libera substâncias analgésicas. Uma boa economia financeira e orgânica a longo prazo, certo?!

Para uma “mente sobrecarregada” gera-se uma nova e criativa perspectiva: foco, planejamento, satisfação, bom humor, socialização etc.

Para cada “não” procure um “sim”, respeite o seu ” eu” e não deixe de contar com a ajuda de uma equipe de profissionais com os mesmos valores que estão dispostos a assumir o “sim” junto com você: fisioterapeutas, nutricionistas, educadores físicos, psicólogos e médicos.

Vamos refletir??

Um abraço,

Equipe Equilíbrio Studio.

Saiba mais sobre a relação da melhora da com o movimento nesse video da Universidade de Taubaté.